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Ano
2007
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Localização
Parchal, Algarve – Portugal
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Fotografia
Luis Pavão e Nuno Campos
Intro
O Pavilhão do Arade, com algumas diferenças métricas, procurou manter a memória da anterior construção (fábrica de conservas Marques Neves), assim como a velha chaminé de tijolo que se constitui como o seu verdadeiro ícone. Manteve-se também o casal de cegonhas que após um primeiro afastamento no início dos trabalhos, em breve regressaram, reconstruindo inclusive o seu ninho.
A complexidade e contradição prefaciando Roberto Venturi, do elemento sólido, liquido e gasoso estiveram na génese de todo este processo conceptual.
A dicotomia entre o opaco e o não opaco, assumindo este, três categorias: transparência, translucidade e evanescência, devidamente instrumentalisadas pela luz quer natural quer artificial constituíram-se como os instrumentos fundamentais para a concepção deste conceito.
Assim, a teoria de transparências que internamente e externamente povoam durante o dia, este edifício, pretende constituir-se como uma homenagem à luz do Algarve. À noite, o edifício transmuta-se assumindo uma nova realidade formal e pictórica afirmando-se cromaticamente na envolvente urbana próxima e distante explorando a relação dicotómica entre o dia e a noite naquilo que intencionalmente ela pode significar para a vida dos edifícios, nomeadamente, quando como é o caso, se trata de um equipamento cultural.
O Rio Arade elemento desejavelmente estruturante de toda uma política cultural e económica desta região tinha que poder ser devidamente contemplado na envolvente desta construção. Assim, foi feito um esforço altimétrico para que pudesse ser observado a partir de alguns dos seus pisos e a presença da água, elemento líquido, que o circunda constitui-se também como uma evocação do próprio Rio.