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Largo da Princesa 26, 3º esq/dto

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  • Ano

    2020

  • Local

    Vila Franca de Xira

Intro

A caracterização física e ambiental de um local, vulgarmente designada por “espírito do local”, constitui-se como referência obrigatória de qualquer iniciativa projectual.

Quando o local em causa é definido pela margem de um rio e o edificado pré-existente de uma antiga unidade fabril, estamos perante um referente da maior qualidade e obviamente da maior responsabilidade na sua abordagem conceptual.

Foi tendo em linha de conta este conjunto de pressupostos aos quais foram associadas as funcionalidades dos equipamentos previstos no programa imobiliário (habitação, comércio, uma biblioteca e área de laser), que procurámos orientar a nossa viagem projetual.

Da memória da unidade fabril retivemos o valor semântico do revestimento em tijolo assim como a possibilidade de utilização de uma gama cromática dos ocres. Esta diversidade cromática procurará interpretar o efeito lumínico que o elemento liquido produz sobre as superfícies com as quais se relaciona introduzindo-lhes um efeito cintilante.Da estrutura da unidade fabril procuramos interpretar o seu conceito de dimensionamento (módulo) aplicando-o á nova funcionalidade de habitação.

A valência de habitação, num total de 62 fogos, com a área comercial que se distribui longitudinalmente ao longo de todo o edificado da antiga unidade fabril, complementada com um passeio pedonal, o qual ladeia uma ciclovia, rematada longitudinalmente junto á margem do rio por um banco. No extremo oposto à área de descasque do arroz e confinando a montante com a antiga área dos silos é proposta a implantação de um volume destinado à Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira.

No caso em estudo outros factores devem contribuir decisivamente para a correcta inserção urbana de uma peça de equipamento desta dimensão e importância, absorvendo alinhamentos da malha urbana e “abrindo” e orientando a vista de rio numa tentativa de descomprimir a pequena praça com que convive. Esta “descompressão” pode, nesta leitura, acontecer com a associação de um vazio vertical organizador dessa praça, servindo de espaço interior aglutinador, …, de movimento, encontro e diversidade que comunicará de forma poderosa com a cidade, anunciando e demonstrando cabalmente uma nova forma de vivenciar o espaço da biblioteca, constituindo-se como uma “landmark” a nível urbano e territorial.

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